quinta-feira, 17 de março de 2011

O que faz um Professor Quando Ensina?

Que faz um professor quando ensina?

Naturalmente ele se comunica com a classe. Sua intenção primordial é fazer com que seus alunos entendam perfeitamente sua mensagem, isto é, o conteúdo do ensino. Em suma, o ensino é um processo de comunicação em que o professor, através de vários procedimentos e informações, orienta e dinamiza a aprendizagem.
A maioria das funções do ensino é cumprida exatamente pelo comportamento verbal do professor. São os padrões ou formas de comunicação empregados por ele que vão em grande parte determinar os níveis de realização e o resultado final do processo de ensino-aprendizagem. Neste processo, o que faz o professor? Que responsabilidade ele assume? Dentre tantas operações educativas, o mestre apresenta os estímulos, dirige as atividades, sugere, orienta o pensamento do aluno, proporciona condições para que o educando aplique o que aprendeu e, no final, valendo-se permanentemente dos recursos da comunicação, promove mais aprendizagens.  Da boa comunicação em sala de aula, dependem não só a retenção de conteúdos, mas, de forma mais ampla, todos os processos de formação do aluno, especialmente, o respeito mútuo, a cooperação e a criatividade.

O que significa comunicar?
A palavra comunicar vem do latim comunicare e significa “pôr em comum”, tornar comum. Em sentido prático, comunicar é transmitir idéias e informações com o principal objetivo de promover o entendimento entre os indivíduos. Para que ela se realize, é necessária a utilização de um código comum previamente estabelecido.
O processo da comunicação
O que é comunicação? A comunicação pode ser definida como um processo de inter-relação entre os homens, caracterizado pelo emprego de signos ou símbolos organizados em mensagens. Este processo, inicialmente, exige três elementos, a saber: emissor, receptor e mensagem. Faltando qualquer um desses elementos, a comunicação não acontece.
A mecânica do processo pode ser esquematizada da seguinte maneira:
· O emissor codifica e envia a mensagem.
· O receptor a decodifica, isto é , a interpreta.
· Se não houver interferência (ruído), a comunicação se estabelece.
A mensagem e sua interpretação
A mensagem é o objeto e a finalidade da comunicação humana. Toda mensagem possui um significado e carrega propriedades de percepção comuns ao emissor e receptor.  Outro elemento importante é a interpretação. Na verdade, ela é a chave de toda comunicação. Dela é que vai depender a dedução e a compreensão da mensagem.
A boa mensagem é a que facilita a interpretação. Conforme explica Abraham Moles em L`Affiche dans la Société Urbaine, “a eficácia máxima da comunicação não é alcançada senão quando a mensagem é compreendida pelo receptor”. Se ela não é interpretada, compreendida e assimilada, não há comunicação.
O meio ou canal
O meio pode facilitar ou dificultar a interpretação. Entretanto, é o conteúdo da mensagem que vai indicar ao transmissor o meio a ser escolhido. A mensagem, para ser compreendida, deve sempre harmonizar-se com os requisitos de clareza, rapidez e disponibilidade dos meios.
O repertório de signos e sua percepção
Cada pessoa possui seu próprio repertório de signos ou símbolos. Os signos normalmente são estabelecidos pelo próprio homem. Entre eles temos os sinais, como por exemplo os códigos de trânsito, os signos verbais incluídos na fala, e os não verbais como os gestos, a maneira de olhar etc. “A comunicação será efetiva se o comunicador levar sempre em conta os repertórios correspondentes do receptor. Se ele utilizar uma idéia ou uma experiência no repertório respectivo do receptor, este entenderá claramente a mensagem. Se o comunicador escolher signos que não figurem no repertório do receptor, é certo que não haverá comunicação”. (Estratégias de ensino-aprendizagem, Ed. Vozes)
O processo de recepção
Depois da percepção dos signos que compõem a mensagem, a segunda parte do processo é a:
a) Decodificação. De modo subconsciente o receptor compara os signos percebidos com seu repertório e decifra sua equivalência. Se os signos percebidos não existem no seu repertório, o receptor poderá apelar ao contexto geral da mensagem. A terceira parte denomina-se…
b) Interpretação. A mensagem em sua totalidade é avaliada pelos interlocutores, que verificarão se ela está de acordo com o assunto sobre o qual se está comunicando. Ela também é conferida com os demais repertórios do receptor: intenções, idéias, experiências etc. Na interpretação, o receptor se pergunta: Qual é o significado que devo atribuir a esta mensagem que Fulano me transmite a respeito desse assunto?
A quarta parte do processo é conhecido como:
c) Feed-back ou retroalimentação. Trata-se do retorno da mensagem, que alimenta a comunicação. O professor que presta atenção nas reações ou respostas do aluno encontra nelas a forma de reajustar suas mensagens.
Como acontece a comunicação
Conhecendo agora os elementos básicos da comunicação, podemos tentar reconstituir em detalhe todo o processo. Observe o esquema sugerido pelo professor Whitaker Penteado.
· Um estímulo interno ou externo provoca uma reação: a de comunicar-me.
· Traduzo em palavras a idéia e por associação a interpreto, organizando as palavras em uma frase-mensagem.
· Seleciono o meio mais adequado à movimentação da minha mensagem rumo ao receptor.
· Emito a mensagem através do meio selecionado.
· A mensagem caminha e chega ao receptor.
· O receptor recebe a mensagem procurando interpretar-lhe o significado.
· O receptor compreende a mensagem decifrando os símbolos em termos de sua própria interpretação.
· A reação do receptor, após sua interpretação, é transportada como nova mensagem de volta a minha pessoa.
· Interpreto a reação do receptor e, avalio se o significado que recebi é o mesmo que lhe enviei.
· Coincidindo-se os significados – o meu e o do receptor – completa-se através da compreensão mútua o circuito da comunicação.

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